sexta-feira, 18 de maio de 2012

Renovar para inovar


   Toda a mãe sabe a grandeza do amor e também do cansaço que compõe o dia-a-dia do cuidado com os filhos. Lidar com isso e viver, ao invés de sobreviver, é uma arte que nem todo mundo tira de letra. Às vezes o cansaço toma conta, a pilha acaba, os nervos ficam a flor da pele e parece que tudo vai sair do controle e muitas vezes sai. 
   Estive pensando a respeito e refletindo sobre a durabilidade das minhas pilhas e descobri que na verdade não é o somente o fato de ser mãe que me esgota certos dias, mas o somatório de preocupações e pressões que vivo no meio deste mundo tão maluco. Questões que ficam martelando na mente sem soluções imediatas, questões que exigem mudanças dentro de mim e questões que nem existem, que apenas fazem parte da minha imaginação.
   As preocupações não param ou às vezes elas nos fazem parar de tanta pressão na cabeça. E foi numa dessas paradas que aproveitei para pensar e buscar soluções para obter maior equilíbrio e aprender a trocar as pilhas com mais frequência.
   Percebi que no mundo que vivemos nada pára, mas para que possamos manter uma sanidade mental, um equilíbrio emocional é necessário colocar um freio e parar. Mas como parar se nada ao meu redor para? Se tenho que continuar cuidando do filho, da casa, trabalhando, dando atenção ao marido, saindo com os amigos, etc?
   Pensando nisso, descobri que essa parada para trocar a pilha pode se resumir a pequenos momentos em que podemos nos abrir para reabastecer nossa alma, revigorar as forças e resgatar todos os sentimentos que parecem ter se esgotado.
   E como fazer isso? Bem, é necessário descobrir o que faz você relaxar, se renovar e se sentir com a pilha carregada novamente. Uma volta na praia, um programa diferente que quebre a rotina, apreciar o pôr-do-sol, olhar as vitrines das lojas, sair para conversar com amigos, escutar uma música que traz boas lembranças, ler algo que te inspire, ficar fora um tempo longe de tudo e de todos...
   Essa renovação não para em mim, ela se estende a quem está ao meu redor, que sente minhas angústias e preocupações e também meu amor e alegria. E é nisso que tenho pensado e que tem me feito prestar mais atenção em mim e nos meus limites. O quanto parar é necessário e como isso traz benefícios para minha família.
   Recentemente fizemos um passeio especial de Dia das Mães, onde apreciei paisagens lindas com meu filho e meu marido. E lá, naquele lugar maravilhoso, longe de tudo e perto da natureza renovei o amor pelo meu filho e passei a apreciá-lo com mais amor, observar suas necessidades com mais atenção e não tanto como funções a serem executadas. Resgatei a simplicidade de um momento em família cheio de amor. Um passeio lindo que me trouxe paz e um novo olhar para meu dia-a-dia. Relembrar do momento faz manter vivo todos esses sentimentos e atitudes dentro de mim. E isso me inspira a pensar coisas novas, curtir ainda mais os momentos com o Nathan, inovar nas atividades e passeios que faço com ele, tendo ideias criativas para cada coisa que fazemos.
   Enfim, trocar a pilha me faz viver melhor. Me ajuda a continuar seguindo com minhas atividades, executando-as com amor e alegria.
   O grande desafio dessa vida é perceber quando a pilha está acabando e ter a certeza de que é mais vantajoso parar alguns minutos para trocá-la e depois continuar correndo a todo vapor, do que continuar com a pilha fraca e ela te obrigar a parar a corrida.


"Na corrida da vida, o importante é como percorremos o caminho, 
não se chegamos em primeiro". 
(Eric Klain)

sexta-feira, 11 de maio de 2012

Aprendendo a ser porto seguro


   
   Nesses dias que antecedem o Dia das Mães, parei para refletir e ler sobre minha missão como mãe. Encontrei um texto que expressa aquilo que desejo ser, as atitudes que pretendo ter e como espero agir com meu filho, expressando meu amor, educando e mostrando que ele pode voar longe do ninho. Um texto com título estranho que me chamou atenção por relacionar duas palavras que geralmente não relacionamos, mas que com um pouco de explicação é possível entender suas conexões e até desejar que elas realmente se interliguem.

   Feliz dia das Mães! 
Não só neste dia, mas que esta data seja um momento para refletirmos e amarmos ainda mais nossos filhos. 

  ... ... ...
   
     Mãe desnecessária

   Boa mãe é aquela que vai se tornando desnecessária com o passar do tempo.Várias vezes ouvi de um amigo psicanalista esta frase e ela sempre me soou estranha. Até agora. Chegou a hora de reprimir de vez o impulso natural materno de querer colocar a cria embaixo da asa, protegida de todos os erros, tristezas e perigos.
   Uma batalha interna hérula, confesso.
   Quando começo a esmorecer na luta para controlar a supermãe que todas temos dentro de nós, lembro da frase, hoje absolutamente clara.
    Se eu fiz o meu trabalho direito, tenho que me tornar desnecessária. Antes que alguma mãe apressada venha me acusar de desamor, preciso explicar o que significa isto.
    Ser 'desnecessária' é não deixar que o amor incondicional de mãe, que sempre existirá, provoque vício e dependência nos filhos, como uma droga, a ponto de eles não conseguirem ser autônomos, confiantes e independentes.
Prontos para traçar seu rumo, fazer suas escolhas, superar suas frustraçóes e cometer os próprios erros também.
   A cada fase da vida, vamos cortando e refazendo o cordão umbilical. A cada nova fase, uma nova perda e um novo ganho, para os dois lados, mãe e filho.
Porque o amor é um processo de libertação permanente e esse vínculo não pára de se transformar ao longo da vida. Até o dia em que os filhos se tornam adultos, constituem a própria família e recomeçam o ciclo.
    O que eles precisam é ter certeza de que estamos lá, firmes, na concordância e na divergência, no sucesso ou no fracasso, com peito aberto para o aconchego, o abraço apertado, o conforto nas horas difíceis. Pai e mãe- solidários- criam filhos para serem livres.
   
Esse é o maior desafio e a principal missão.


‘Ao aprendermos a ser desnecessários, nos transformamos em porto seguro para quando eles decidem atracar.' 
(Marcia Neder)





Texto extraído do blog http://textosetrechos.blogspot.com.br

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Por caminhos mais belos


   A natureza é algo incrível, uma grande criação divina, existente ao nosso redor há tanto tempo e com uma riqueza de detalhes inesgotável. Sempre que a observo vejo um movimento diferente nas folhas, uma cor antes não vista, flores com formatos exuberantes e tudo isso compondo uma paisagem que nunca cansa os olhos. 
   A natureza é assim, sempre igual, mas sempre diferente, na dança das árvores ou numa paisagem estática,  com cores vibrantes iluminadas pelo sol  ou com gotas de chuva. Ao estar perto dela me sinto viva, o ar que entra nos meus pulmões é mais puro. Como diz Fernando Pessoa: “Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido”. Meus olhos tentam fotografar cada detalhe que vejo, tamanha é a beleza na minha frente, meus ouvidos ficam atentos aos ruídos inesperados que só encontro lá, no meio dos verdes e dos animais.

 Passear com o Nathan em locais assim me faz sair deste mundo. É nessas horas que tento mostrar para ele a beleza das coisas simples. E aos pouco ele vai aprendendo a apreciar e reconhecer que a simplicidade tem grande valor. Quando os passarinhos cantam e voam ele coloca o dedinho perto da boca, olha pra cima e fala “ó”, me chamando atenção para o que está acontecendo. Ou quando eles estão no chão, o Nathan corre atrás deles buscando uma companhia a mais para seu passeio. A lua no céu não passa despercebida, assim como a grama nos seus pés e as pedrinhas que entram na sandália quando vai ao parque.


   Uma boa explicação para essa relação da criança com a natureza é a citação de Maria Montessori: “A criança tem uma relação com o meio ambiente diferente da nossa. Os adultos admiram seu meio ambiente; são capazes de se lembrar dele e pensar nele; mas a criança o absorve. As coisas que ela vê não são apenas lembranças; elas formam parte de sua alma. Elas incorporam todo o mundo que seus olhos veem e que seus ouvidos escutam. Em nós, as mesmas coisas não produzem mudanças, mas a criança é transformada por elas”.
   A natureza é assim, quando estamos perto dela ela deseja entrar na nossa vida e caminhar junto, sem ser invasiva ou intrometida, apenas pede licença para entrar e deixar nossa caminhada mais bela. Acredito que mostrar toda essa beleza para uma criança a faz viver plenamente e valorizar aquilo que realmente importa, as coisas simples. E atualmente, as vitrines de lojas e os desenhos na TV tornam aquilo que é simples insignificante, pois o mundo nos leva ao exagero, a grandes estímulos, acontecimentos extraordinários, cores fortes, barulhos estridentes e imagens irreais. E quando não colocamos cada coisa em seu lugar, os valores se perdem, o olhar só foca naquilo que chama atenção e os ouvidos só ouvem os gritos.

   Levar as crianças em locais ao ar livre é um grande estímulo para seu desenvolvimento. O aprendizado é infinito e vai além do que conseguimos perceber. Parque, praia, trilha, cachoeira, zoológico, piquenique fará uma criança ficar ainda mais viva. Na natureza pode-se aprender sobre espécies de árvores, estações do ano, nome de animais, cores, sensações de quente e frio, mole e duro, seco e molhado, frio e calor e muito mais.


   Uma experiência incrível que gasta as energias acumuladas, acalma, nos faz apreciar o que é realmente belo e ver os espetáculos da criação de Deus em cada movimento, cor e forma. Vale a pena! Experimente! Viva e seja feliz!
    "A natureza é sábia e justa. O vento sacode as árvores, move os galhos, para que todas as folhas tenham o seu momento de ver o sol."  (Humberto de Campos)