terça-feira, 15 de janeiro de 2013

O despertar da imaginação


Nanú, amigo do Nathan
   Desde que me tornei mãe, passei a me encantar pelo desenvolvimento infantil. Observar o pensamento da criança se formando e se desenvolvendo, as brincadeiras tornando-se mais sólidas, a imaginação fazendo parte da realidade. Ver meu filho dando vida a cada brinquedo e boneco me faz pensar e apreciar seu crescimento.
   Já faz um tempo que os bonecos fazem parte da família, que moramos praticamente numa fazenda, pois vivemos no meio de muitos bichos que almoçam com a gente, tomam o suco e o iogurte do Nathan e comem suas bolachas. Se são as galinhas e os pintinhos, comem milho que ele e o vovô vão comprar no mercado. O pato toma banho no nosso banheiro, o cachorro dorme em sua cama, o pote da cozinha vira chapéu, a caixa de papelão vira bateria. O caminhão do zoológico vira rampa para os bichos escorregarem e por aí vai...
   A imaginação é algo incrível, não tem limites, não tem caminho certo a seguir e nem destino final. Apenas flui como um rio em nossa mente. O limite está apenas dentro de nós, na realidade dura que vivemos que nos impede de imaginar qualquer coisa além de nós mesmos. A vida adulta é dura, cruel, podada o tempo todo por pensamentos que nos impedem de sonhar, de imaginar algo melhor. A vida adulta é realista e não sonhadora, cheia de regras que nos impedem de ter liberdade para ir, sem rumo, sem direção. Apenas ir onde nosso coração levar, onde nossa mente quiser ir.

Levando o helicóptero para passear


"Deixa ir tire o peso dos seus ombros pra seguir
Sem se lamentar dos tombos
Deixa entrar essa luz que te define
No final ficarão somente as recordações"
(Peuqenas Maravilhas - Rob Thomas)
   




   A vida da criança é assim, cheia de ideias, invenções, histórias, criatividade, imaginação, aventura... Perdemos isso ao longo da vida? Sim. E quase ninguém tem interesse em resgatar. Acho que quase ninguém lembra que isso existe, pois a rotina nos sufoca, os compromissos nos preenchem e tudo isso torna-se secundário, sem importância. Mas na vida de uma criança isso é tudo. Cada acontecimento é uma descoberta, um aprendizado. Estar ao lado de uma criança nos permite resgatar essas qualidades que um dia tivemos tão fortes dentro de nós.
   Criar uma história antes de dormir inédita que faz a criança se acalmar, dar vida aos bichos para eles conversarem e participarem da brincadeira do filho. Inventar algo que os bonecos estão fazendo para que a criança dê continuidade a brincadeira. É um esforço, e confesso que fico feliz quando consigo inventar algo incrível que ele se interessa e gosta. Me sinto vitoriosa!

   
   Vê-lo inventar as histórias me inspira. Confesso que penso muito de onde vem as ideias. Como que um objeto tão óbvio para mim como um potinho plástico torna-se uma banheira para os bonecos tomarem banho. Ou como a areia no balde de praia torna-se um bolo super saboroso que todos provam e gostam. Ser criança é assim, simples, cheio de invenções e ideias criativas.
   O despertar da imaginação é uma habilidade, um passo no desenvolvimento infantil. Acredito que deve ser estimulado e valorizado, pois ao longo da vida isso se perde, a gente querendo ou não. Penso que estimular a criança a imaginar o que é belo lhe dá base para, no futuro, enfrentar a realidade em que vivemos.
Seu cachorro preferido, o Kiko


“Ver um mundo num grão de areia,
E um céu numa flor do campo,
Segurar o infinito na palma da mão,
E a eternidade em uma hora”.
William Blake
   




   Tenho participado de forma ativa, interagindo nas histórias e também observando como cada objeto torna-se real, apreciando a capacidade do Nathan em dar vida aos seus amigos e fazê-los participar do seu dia-a-dia. Ele conta o que acontece para eles, leva-os para passear, dar "tchau" quando vai sair. Acho isso lindo! Isso me renova, me faz ver um mundo mais belo, com possibilidades, simplicidade e amor.

Pato, dando uma voltinha

"A vida se faz com essas horas
Pequenas maravilhas na voz do coração
Mundos se vão mas essas horas breves horas ficarão"
(Pequenas Maravilhas - Rob Thomas)