Este ano realizamos uma Páscoa com
nossas mãos. Inspirados pelas atividades na escola do Nathan e movidos pela
vontade de utilizar nosso corpo para produzir algo com verdadeiro valor,
utilizamos essas atividades na preparação da nossa Páscoa. Ideias simples, onde
pudemos trabalhar em família, vivenciar esta época da Páscoa, aprender e nos
surpreender com os resultados.
Começamos com a pintura dos ovos, cada
um com cor diferente, explorando nossa criatividade e concentração para pintar
sem quebrar nenhum deles. Tivemos um resultado bonito e colorido, com
casquinhas pintadas para nossas famílias e amigos.
Também preparamos as cestas e para isso
trabalhamos descascando milho e deixando a palha para secar. Depois fizemos um
lanchinho com o milho cozido para repor as forças que gastamos ao descascá-los.
As cestas foram feitas com papéis pintados e dobrados de forma muito simples. E
para incrementá-las decidimos fazer pães em forma de coelho, onde cada um pode
colocar seu ingrediente para que este fosse elaborado a seis mãos. O Nathan
amassou a cenoura, meu marido preparou a massa e eu modelei os coelhos. O
resultado foi saboroso, sem muita cara de coelho e gosto de cenoura.
Há algumas semanas já havíamos preparado
nosso cantinho da Páscoa onde lagartas passeavam e borboletas pousavam ao lado
de uma árvore com ovos desenhados por nós e coelhos. Um cantinho especial que trouxe para nossa
casa esse espírito de transformação e renascimento. E a nossa transformação foi
dar total valor ao que fizemos com nossas mãos sem nos preocupar com o
consumismo ou com os chocolates magníficos das vitrines das lojas. Tudo isso
feito de forma simples e cheia de entusiasmo. “Trabalho é amor tornado visível” (Khalil Gibran)
Ficamos
cansados de tanto produzir na mesma proporção em que ficamos felizes ao ver
cada coisa que fizemos tomando forma ao longo dos dias. Uma satisfação e a
certeza do valor que existe naquilo que
é feito pelas nossas mãos. “Todo o trabalho é vazio a não ser que
haja amor”. (Khalil Gibran)
Nossa
Páscoa teve um sabor diferente, não tão doce quanto os ovos de Páscoa das
lojas, mas muito mais saboroso, pois o nosso amor estava em cada detalhe. Foram
cestas pequenas que transbordavam com o colorido do nosso trabalho e
surpreendiam com a simplicidade em cada detalhe. O simples parece pouco, mas
tornou-se grande e único, pois não se encontra mais, apenas pode ser visto por
aqueles que decidem dar de si para que outros ainda possam se engrandecer e
relembrar da beleza que há na simplicidade.
Que
possamos nos transformar, renascer e voltar a ser simples em tudo aquilo que ainda
podemos fazer, em tudo aquilo que podemos ser.
Na simplicidade há mais beleza,
Na simplicidade há mais delicadeza
Há mais sintonia com Deus, com a vida, com a natureza.