segunda-feira, 5 de maio de 2014

Na simplicidade de nossas mãos

   Este ano realizamos uma Páscoa com nossas mãos. Inspirados pelas atividades na escola do Nathan e movidos pela vontade de utilizar nosso corpo para produzir algo com verdadeiro valor, utilizamos essas atividades na preparação da nossa Páscoa. Ideias simples, onde pudemos trabalhar em família, vivenciar esta época da Páscoa, aprender e nos surpreender com os resultados.

   Começamos com a pintura dos ovos, cada um com cor diferente, explorando nossa criatividade e concentração para pintar sem quebrar nenhum deles. Tivemos um resultado bonito e colorido, com casquinhas pintadas para nossas famílias e amigos.
   Também preparamos as cestas e para isso trabalhamos descascando milho e deixando a palha para secar. Depois fizemos um lanchinho com o milho cozido para repor as forças que gastamos ao descascá-los. As cestas foram feitas com papéis pintados e dobrados de forma muito simples. E para incrementá-las decidimos fazer pães em forma de coelho, onde cada um pode colocar seu ingrediente para que este fosse elaborado a seis mãos. O Nathan amassou a cenoura, meu marido preparou a massa e eu modelei os coelhos. O resultado foi saboroso, sem muita cara de coelho e gosto de cenoura.



   Há algumas semanas já havíamos preparado nosso cantinho da Páscoa onde lagartas passeavam e borboletas pousavam ao lado de uma árvore com ovos desenhados por nós e coelhos. Um cantinho especial que trouxe para nossa casa esse espírito de transformação e renascimento. E a nossa transformação foi dar total valor ao que fizemos com nossas mãos sem nos preocupar com o consumismo ou com os chocolates magníficos das vitrines das lojas. Tudo isso feito de forma simples e cheia de entusiasmo. “Trabalho é amor tornado visível” (Khalil Gibran)
   Ficamos cansados de tanto produzir na mesma proporção em que ficamos felizes ao ver cada coisa que fizemos tomando forma ao longo dos dias. Uma satisfação e a certeza do valor  que existe naquilo que é feito pelas nossas mãos. “Todo o trabalho é vazio a não ser que haja amor”. (Khalil Gibran)



   Nossa Páscoa teve um sabor diferente, não tão doce quanto os ovos de Páscoa das lojas, mas muito mais saboroso, pois o nosso amor estava em cada detalhe. Foram cestas pequenas que transbordavam com o colorido do nosso trabalho e surpreendiam com a simplicidade em cada detalhe. O simples parece pouco, mas tornou-se grande e único, pois não se encontra mais, apenas pode ser visto por aqueles que decidem dar de si para que outros ainda possam se engrandecer e relembrar da beleza que há na simplicidade.
   Que possamos nos transformar, renascer e voltar a ser simples em tudo aquilo que ainda podemos fazer, em tudo aquilo que podemos ser.

Na simplicidade há mais beleza, 
Na simplicidade há mais delicadeza
Há mais sintonia com Deus, com a vida, com a natureza.