Hoje fomos ao parque, sentimos o
sol aquecer nossa pele e o vento nos refrescar. A sombra das árvores tomava
conta dos brinquedos e as brincadeiras aconteciam independente de tudo isso. O
vai e vem das crianças, o entra e sai dos pais com os filhos, os brinquedos na
areia... Parque tem movimento, ação, relação. Mães que se encontram, pais que
conversam, filhos que se tornam amigos e brincam sem parar. O parque é sempre
igual, mas torna-se diferente a todo instante, com as brincadeiras que se
transformam e as diferentes crianças que compõem o cenário. Hoje meu filho
brincou de bombeiro, transformou a gangorra em cataputa, atacou os amigos com uma
espada emprestada, balançou, correu, sentiu a areia nos pés e escorregou.
Há alguns anos o parque faz parte
de nossas vidas. Durante esse tempo, conhecemos muitos brinquedos e formas de
brincar, muitas delas totalmente fora do tradicional. Também observei os
diferentes comportamentos do meu filho frente aos desafios encontrados, aos
relacionamentos e como ele explora o mesmo brinquedo de inúmeras formas.
Nesse tempo, eu também tenho
aprendido muito... Diferentes formas de ser mãe em um parque, de deixa-lo ir e
saber que do chão não passa, perceber que subir no escorregador pelo lado
contrário é mais interessante e desafiador do que descer e que estar presente
na brincadeira e se distanciar são ações que se relacionam quase que constantemente.
O parque traz mudanças de
comportamento. Quando as crianças são pequenas, corremos atrás deles todo o tempo.
As cenas chegam a ser engraçadas, de pais em cima da casinha, correndo ao redor
do brinquedo com medo que o filho passe direto e caia lá de cima. Mãe segurando
o filho para não ser arremessado longe pelo balanço ou auxiliando nas corridas
e caminhadas. A cada ano, o tempo ao lado do filho diminui e o tempo de
conversa aumenta. Os espaços entre uma corrida e o descanso no banco também são
maiores. E hoje, percebi que o tempo sentada em um banco observando o filho
brincar pode durar quase toda a permanência no parque. Acho que em breve
levarei companhia para eu conversar enquanto ele brinca. Um livro também pode
ser uma boa opção. O bom disso tudo é que adoro vê-lo brincar. É inspirador ver
as crianças correndo e inventando historias, sendo crianças em sua essência e
desfrutando da infância.
Hoje minha companheira de banco
foi a Ágatha, descansando no sling enquanto o irmão brincava. Em breve ela
também estará lá, correndo e vivendo a infância em sua plenitude. E eu
retornarei as primeiras idas ao parques, correndo atrás dela, ensinando alguma
brincadeiras e observando-a descobrir tantas outras.
Ciclos que passam e voltam, como
o ir e vir das ondas do mar. Sempre o mesmo movimento, mas nunca igual. Antes éramos
só nós dois nas tardes de parque, agora somos três, vivendo esse ciclo da infância,
tão rico, belo e inspirador. Brincar no parque é viver, observar essa
brincadeira é renovador. Algo como voltar ao que um dia eu fui e sentir
novamente a areia nos pés e a criatividade infinita de reinventar o mesmo
brinquedo de tantas formas diferentes. Eu no banco e ele cada vez mais longe
dele. Nathan solto, livre, seguro, feliz, leve, criativo no seu tempo, do seu
jeito. E Ágatha a espera desse momento, olhando o que podia até o sono chegar.
Dois tempos, dois momentos plantados na mesma terra. E o parque faz parte do
adubo, ajuda crescer e ter raiz forte.
O parque é uma parte da arte de educar. E nele encontramos refugio e liberdade para ser o que queremos ser.
Combinações perfeitas de uma
tarde: crianças, parque, sol e vento. Uma fruta, muita água, como é bom esse
tempo!
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