Hoje aprendi sobre a alegria, ao ouvir um pau de
chuva soar aquele barulho lento e presente da chuva. Ao mesmo tempo vi meu
filho abrir um sorriso em sua alma e começar a dançar feliz por escutar uma
música tão pura e cheia de vida. Nesse momento sua vida se encheu de ar, até
transbordar e tomar conta de seu corpo, em seguida pôs-se em movimento. Uma
alegria pura, livre e natural, como vejo pouco nas pessoas.
Sua felicidade era transbordante,
contagiante. Comecei a rir, era impossível ter outra atitude a não ser essa.
Sua felicidade me contagiou, sua risada tornou-se a minha. E juntos fizemos
música, um complementando o outro, unidos ao som da chuva. A dança era dele, mas
mesmo sentada meu coração dançava ao vê-lo assim.
Certas coisas não se explicam,
certas coisas só se vive. As palavras não são suficientes para o relato que
faço, mas o sentimento existente em cada frase transforma-as e as fazem ser
força, inspiração, fonte de alegria e emoção para quem lê. Dessa forma que vejo
o que escrevo. Não sou escritora famosa, nem possuo grande conhecimento
gramatical, mas vivo com o coração batendo dentro de mim e me guiando a fazer o
que acredito e o que sinto ser o certo. Escrevo sentimentos e aprendizados e
não textos para serem publicados e reconhecidos. Desejo compartilhar o que vivo
para que outros possam viver também. E assim o faço, com amor, pois sem ele
nada vale a pena e a vida torna-se preto e branco.
Acredito em uma vida colorida,
como um quadro pintado com todas as cores. Mas depois que o Nathan chegou, o
arco-íris da minha vida tem cores mais vibrantes para que mais pessoas possam
ver e para que eu o veja todos os dias, não só nos dias de chuva com sol. Tenho
uma casa colorida, com momentos inusitados de muita alegria e também de
irritação, cansaço, pois pelo arco-íris também passam nuvens. Às vezes delas
caem chuva... chuva que molha, chuva de benção, chuva de alegria, chuva
inesperada, chuva assustadora. Nem sempre as nuvens trazem incerteza. Muitas
vezes é através delas que vêm os ventos da mudança. E amanhã começa mais uma
aqui em casa, que será título para outra postagem, pois cada coisa tem seu
momento.
Mas a alegria é todo dia e aqui
começa cedo, mas se for muito cedo, uma nuvem de mau humor ronda a casa para
depois o sol brilhar e afastar o sono. Faz parte da nossa história, a incrível
história de ser mãe. E essa história me leva longe... tão longe que agora
escrevo para os outros o que não cabe mais em mim. É um sentimento engraçado,
uma forma de expressão. Não sei se todos sentem igual, mas muitas vezes meu
coração agitado se acalma quando escrevo, minhas ideias se aquietam se as
coloco no papel em forma de palavras. E novas ideias surgem à medida que vou digitando,
uma palavra após a outra, apenas sabendo como começou, sem saber como irá
terminar.
É aí que esta a magia ou a
loucura de se deixar levar como uma folha ao vento, livre e leve a voar! Tento
ser assim e vejo na criança essa inspiração, um ser espontâneo em tudo que faz,
que me contagia. E quando olho para mim já estou rindo com a brincadeira do meu
filho ou tendo ideias infantis. O que seria isso? Agora posso dizer quer ser
infantil é a coisa mais incrível que existe. Na infância é onde temos ideias
brilhantes e as executamos com toda a vontade e prazer. É quando há pureza nas
atitudes e verdade no coração.
Quando as crianças brincam
E eu as ouço brincar,
Qualquer coisa em minha alma
Começa a se alegrar
E eu as ouço brincar,
Qualquer coisa em minha alma
Começa a se alegrar
E toda aquela infância
Que não tive me vem,
Numa onda de alegria
Que não foi de ninguém.
Que não tive me vem,
Numa onda de alegria
Que não foi de ninguém.
Se quem fui é enigma,
E quem serei visão,
Quem sou ao menos sinta
Isto no meu coração.
E quem serei visão,
Quem sou ao menos sinta
Isto no meu coração.
(Fernando Pessoa)
Bem, tendo em vista esse novo olhar sobre ser
infantil, que durante muito tempo pareceu-me um termo pejorativo, posso dizer
então, que ser infantil é ser sábio. Será? Parece que há mais sabedoria nas
crianças do que nos adultos. Pelo menos, na convivência diária com meu filho
reflito muito sobre minha forma de pensar e agir e acredito que isso está me
guiando a condutas mais sábias. Então, posso afirmar que ser infantil é ser sábio.
E que assim eu seja!
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